No dia 17 de maio, depois de vários dias de trâmites burocráticos,
aconteceu lá em Roma, na Igreja San Salvatore in Onda, o funeral do querido amigo
e irmão, Pe. Jean Bertrand Etoundi SAC.
Sim, um querido e muito próximo amigo... meu irmão de comunidade, que
apesar da sua africanidade e de minha latino-americanidade, pelo amor a Jesus,
pelo amor a São Vicente Pallotti e pelo amor à missão, ficamos tão próximos...
Hoje (18/05) me vi paralisado, olhando as fotos daquele momento fúnebre e
recordando... sim re-cor-dando, ou seja, dando de novo ao meu coração a graça
dos bons sentimentos das experiências vividas juntos.

Depois disso, Jean Bertrand fez questão de me levar para conhecer amigos
dos Camarões, me fez provar diversas vezes a comida de seu povo e até num jantar
oficial da embaixada daquele país ele me levou. E ficou ali, ao meu lado,
apresentando-me a pessoas importantes como o seu amigo e irmão missiólogo.
Quanta grata lembrança!

Jean Bertrand, jovem sacerdote palotino e entusiasmado com a vida, logo
que defendeu sua tese doutoral em Missiologia foi convidado a assumir o
Secretariado das Missões de nossa Sociedade, ao que logo me comunicou,
alegremente, pedindo-me ajuda e apoio nos projetos que aquela mente criativa já
pensava; poucos anos depois, outro grande acontecimento: fora eleito Conselheiro
Geral, compondo o atual governo junto a pessoas importantes de nossa
comunidade. Nesta ocasião fui eu quem logo lhe escrevi parabenizando-o e
colocando-me em oração por aquela tão grande responsabilidade.
Enfim, em um texto sobre a morte lido há tempos, o escritor comparava a
hora da morte com a hora certa do agricultor colher, no pé, as frutas... Certo: a fruta
no pé precisa ser colhida à hora certa, nem cedo demais – o que a renderia sem
sabor – nem tarde demais – correndo o risco de apodrecer. O agricultor atento
sabe a hora mais doce da fruta para que ela seja colhida e assim, melhor saboreada.
De fato, Deus – o Divino Agricultor – nos colhe à hora certa, chamando-nos para si
na melhor fase de nossas vidas... Ele não nos chama antes, numa hora que não
estaríamos preparados; nem nos colhe depois, correndo o risco de nos perder...

Sim, Jean Bertrand, meu amigo africano, de coração e vida missionários, você
já foi recolhido no regaço da Divina Misericórdia... era a sua hora, a sua melhor
hora... Te peço, meu irmão, que interceda por mim, para que eu, também amadureça
e na melhor hora de minha vida, seja colhido e recolhido em Deus. Até logo, meu
irmão... (com um toque testa à testa, olhos nos olhos e sorrisos grandes nos lábios).
Pe. Daniel Luz Rocchetti, SAC - Reitor do Seminário Maior Palotino (RJ)
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