quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Igreja celebra a vocação do leigo


Igreja celebra a vocação do leigo


No último domingo do mês de agosto, a Igreja celebra a vocação do leigo. A Igreja, como diz o documento Lumen Gentium, quando fala dos leigos "é organizada e governada com uma variedade admirável." Desta forma, podemos perceber que todas as vocações são importantes para a Igreja, cada uma com a sua beleza e singularidade. E com a vocação do leigo não seria diferente. A vocação do leigo é fundamental para a Igreja. É ele quem sustenta toda a vida pastoral da sua comunidade junto com seu pároco. Um leigo consciente do seu papel em sua paróquia, dinamiza todos os planejamentos paroquiais para que a comunidade possa crescer não somente em quantidade, mas em graça de Deus. 

São Vicente Pallotti dizia que cada um, com seu dom, este dado por graça de Deus, pode contribuir para a salvação das Almas, para que Jesus possa ser conhecido e amado ainda mais. E neste ano em que os olhos se voltam para o laicato, é necessário que cada leigo se conscientize do seu papel. Dentro e fora dos muros da Igreja, cada um é o rosto de Cristo, e tanto na sociedade como em suas pastorais, são essenciais para que a luz de Deus chegue a todos que encontrarem pelo seu caminho. Isso significa dizer que os leigos não somente fazem parte da Igreja, como são Igreja. E ser igreja é testemunhar o que Jesus fez em sua vida e querer que outros também o experimentem. E nessa experiência, gerar amor e unidade, e mais filhos para Deus. Que neste ano do laicato, o Espirito Santo possa nos fortalecer e nos inspirar a sermos leigos cada vez mais atentos a nossa vocação, gerando mais vida dentro da nossa Igreja.

Fr. Bruno Gonzales, SAC

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Missão Palotino 2018 | Testemunhos

Missão Palotino 2018 | Testemunhos
Em novembro de 2017, o Papa Francisco institui o Ano Nacional do Laicato: Sal da Terra e Luz do Mundo ( Mt5, 13-14): cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino.  

E o que tem haver com a missão Palotina? Tudo! 
A missão Palotina é a expressão viva do compromisso do leigo na Igreja em saída que leva ao próximo o cuidado, a atenção, o zelo que Cristo tem por todos nós. 
Agora, escrever um texto sobre a missão Palotina é fácil, porque toda missão, como um encontro religioso exige um planejamento, estratégia, oração,  a diferença talvez seja que numa missão temos proporcionalidade muito maior por conta do número de pessoas envolvidas, dias... 
No entanto, quando você precisa escrever sobre a missão Palotina sob a ótica do efeito que causou nas pessoas, percebe-se o cuidado de Deus para com todos que doaram seu "escasso" tempo para ir ao encontro do outro, levando muitas vezes um olhar, um ouvido, um sorriso... E aí se percebe como Deus recompensa...
Alguns testemunhos... 
"A missão foi sensacional na minha vida, como recém convertida, não tem nem um ano, eu vivi experiências extraordinárias..A missão me ajudou tanto quanto uma cidadã e como cristã, passei a ver mais os outros, passei a ser mais caridosa e pregar a caridade e generosidade, aprendi a contar com outras pessoas..." Nicolle 

"...ao ver o Julinho na missão consegui compreender que não precisamos de muito para servir a Deus, precisamos sim ir em busca daquilo que Deus nos chama, apesar de todas as dificuldades o Júlio estava animado e pronto para evangelizar muitos, e com esse exemplo conseguir ter certeza da frase de São Francisco de Assis, que para anunciar o evangelho não precisamos de palavras, mas sim pregarmos com nossa vida..." Fernando Pértelle.

"Foram dias de caminhadas incansáveis,  onde todo o grupo se mantinha focado em nosso objetivo: evangelizar. Todos sabíamos que portas se abririam, e outras estariam fechadas. Mas seguimos a caminhada com fé e esperança...Ao evangelizarmos, estávamos abrindo as portas da igreja e mostrando o quanto Deus nos ama, um amor misericordioso,  bondoso e que só espera de nós a conversão.Sigo hoje, levando a palavra par quem desejar ouvi-la..." Sueli Teperino 
"Bem, pude participar de todos os dias da semana da Missão Palotina, e não tenho palavras para conseguir  descrever tudo o que eu vivi.  Tantas vezes ouvimos falar de Deus, mas na missão Palotina eu pude levar Deus às outras pessoas que realmente estavam necessitada do amor de Jesus! Essa semana missionária foi muito necessária para o meu crescimento na fé, e principalmente na minha vocação! Eu pude descobrir que todos somos chamados a viver para Deus em busca das almas, e nessa semana uma chama foi acesa em meu coração e tenho certeza que em todos os corações ali presentes..."Jessica Barbosa 

"Foram grandes dias de evangelização e aprendizado, vivemos a unidade que Pallotti tanto propagava de forma intensa, todas as paróquia Palotinas unidas em um só propósito anunciar o Cristo! Tive a oportunidade de crescer como paroquiana e ver a graça de Cristo em cada lar que nos recebia e aprender a rezar pelos que não nós receberam!" Ana Caroliny

Para finalizar, vale a pena citar o que escreveu Dom Leonardo Ulrich Steiner ( Bispo Auxiliar de Brasília - Secretário-Geral da CNBB) na apresentação do texto base sobre o Ano Nacional do Laicato, pois de certa forma resume o que foi e mais importante o que é a  missão Palotina: " os diferentes dons, carismas, serviços e ministérios dos discípulos missionários nascem da vitalidade  da vida que faz e deixa ser Igreja. Não porque existem diferentes funções, mas porque o Espírito Santo suscita diferentes carismas,dons, serviços e ministérios para o bem de toda a Igreja. As manifestações e expressões do Espírito vivificam e impulsionam o povo de Deus".
Celimar Azevedo

domingo, 19 de agosto de 2018

Sobre a Vida Consagrada na Igreja: celebração e alegria!


Sobre a Vida Consagrada na Igreja: celebração e alegria!

A Igreja no Brasil escolheu o mês de agosto como um tempo propício para a reflexão e oração vocacionais: a cada final de semana do mês uma vocação específica na Igreja é sempre celebrada. Assim, no primeiro final de semana pedimos a graça de vocações sacerdotais; no segundo final de semana rezamos pelos pais e a vocação matrimonial; depois, refletimos a beleza da vocação religiosa e por fim, no ultimo final de semana, a vocação laical, e mais especificadamente, a vocação do catequista. 

E foi por este motivo que nosso Seminário Maior Palotino abriu as suas portas para acolher, numa manhã muito agradável, as várias congregações religiosas que estão aqui ao nosso redor e para nos alegramos juntos pela vida consagrada na Igreja: Irmãs de São José, Irmãs do Preciosíssimo Sangue, do Movimento de Foucauld e ainda outras congregações, além dos Missionários do Sagrado Coração e nós, padres e irmãos palotinos!

Juntos celebramos a Santa Missa e depois partilhamos nossas vidas em torno da mesa do café, com muita alegria, musica e festa, como de fato deve ser a vida de um religioso a Deus consagrado! 

Pe. Daniel Luz Rocchetti, SAC - Reitor do Seminário Maior Palotino

A vocação de irmão palotino


A vocação de irmão palotino

“O que é ser irmão consagrado?” “Não é só padre?” “Nos palotinos tem isso? Não sabia!” São perguntas recorrentes que escuto tanto de fiéis leigos, como de padres e consagrados e tenho grande alegria de responder. A Sociedade do Apostolado Católico (SAC) é uma comunidade de padres e irmãos palotinos. A vocação de irmão faz parte da origem da fundação de São Vicente Pallotti e sem ela a SAC perderia sua originalidade e sua distinção frente a outros institutos e comunidades religiosas, pois deixaria de testemunhar a universalidade do Apostolado Católico. É uma vocação específica, que na Igreja, teve origem nos primeiros séculos do Cristianismo, com os primeiros monges que eram irmãos leigos.
Ir. Elson Carvalho, SAC - com seus pais

O irmão palotino tem como modelo de vocação São José, que cooperou de maneira eficaz na vida de Cristo, com seu trabalho, amor de pai, serviu o Senhor, de forma silenciosa, levando uma vida oculta, santa e “justa”. Esse é o trabalho que o irmão exerce na comunidade palotina, servir a Deus e aos irmãos, levando uma vida simples, silenciosa, de oração, de serviço, fora dos holofotes, dedicando toda a sua vida ao Apostolado Católico.
Ir. Leandro Benetti, SAC - Brasileiro

A vocação do irmão, às vezes, é confundida com trabalhos específicos, como jardineiro, carpinteiro, cozinheiro, não há nada de vergonhoso nestes trabalhos, no entanto, identificar a vocação de irmão a esses serviços é reduzir por completo, não só a vocação de irmão, mas o próprio carisma palotino, que não é o muito fazer, mas o ser. Ser irmão é ser Cristo na Terra, nas suas características pré anuncio evangélico, na sua vida simples em Nazaré, com sua profunda união com o Pai e nos serviços que a vida humana lhe exigia, como carpinteiro, por exemplo. Vemos, portanto, que a vocação de irmão é mais do que fazer é ser.
Ir. Carlos Zontini, SAC - Brasileiro (*1922 +2016).

O irmão tem servido a Igreja em vários campos. Na comunidade palotina, o irmão tem trabalhado tanto nas missões, como nas casas de formação, no trabalho caritativo e assistências sociais, na educação, como professores, diretores, etc. Em resumo, o irmão pode fazer tudo que não exige o ministério sacerdotal. Isso faz com que o irmão tenha uma ação mais livre do que aqueles que são padres, pois estes têm compromissos com o seu ministério na sua comunidade local, seja na paróquia ou em uma diocese, o irmão, por sua vez, pode exercer seu ministério consagrado leigo em toda parte, sem limites territorial e diocesano.
Ir. Rafał Jan Zajdowicz, SAC - Polonês

“E todos vocês são irmãos” (Mt 23,8). A vocação de irmão só tem sentido em comunidade, porque “o irmão só é irmão em meio aos irmãos, no contexto da fraternidade, nunca solitário”. Na comunidade, o irmão se faz um com os outros, vivendo em comunhão de vida e de apostolado. Na SAC, somos uma comunidade de irmãos, acontece que alguns irmãos são chamados para exercer na Igreja e em favor do povo de Deus o ministério sacerdotal. Portanto, os padres palotinos nas comunidades paroquiais são padres, mas na SAC, são irmãos com os irmãos.
Ir. Matthias Terhorst, SAC - Alemão

A missão do irmão na Igreja é testemunhar para todo o povo cristão a importância da doação total de si mesmo a Deus e de que todos são chamados a levar uma vida santa, seguindo os conselhos evangélicos. Peçamos a Deus, que suscite, no meio do seu povo, vocacionados a irmão, que imitando São José, doe sua vida de maneira silenciosa, laboriosa e orante pelo bem da Igreja.


Irmão Elson Carvalho, SAC

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Experiência Pastoral no Amazonas

Experiência Pastoral no Amazonas
No dia 9 de julho de 2018, por volta de 13h30min (Horário de Manaus), fui recebido pelo Padre Anselmo Mantovani SAC no aeroporto de Manaus. Na paróquia Nossa Senhora da Glória iniciei minha experiência pastoral no Estado do Amazonas. Junto ao pároco da referida paróquia participei das celebrações e visitei alguns pontos turísticos da cidade, como o Teatro Municipal e o Encontro das águas. Participei da “Festa do Leigo” no Setor Avenida Brasil – que corresponderia ao que geralmente denomina-se vicariatos – e também do aniversário do Pároco – no dia de Nossa Senhora do Carmo – deste modo pude conhecer um pouco mais as pessoas e a realidade pastoral de nossa Paróquia.
Nesta cidade permaneci até o dia 17 de julho, quando o padre Marcelo Néspoli SAC foi ao meu encontro, a fim de me conduzir a Paróquia de Santo Ângelo, pertencente ao Setor Rio Negro da Arquidiocese de Manaus, na cidade de Novo Airão. Com o padre Marcelo fiz parte da chamada “Missão do Rio Jaú” junto das comunidades ribeirinhas mais distantes, nas regiões do médio e alto Rio Negro. Nestas comunidades realizamos visitas as famílias, rezamos o terço da Misericórdia e de Nossa Senhora – que se revelaram instrumentos fortes, diante da experiência popular de fé nestas comunidades. Realizei catequeses sobre os sacramentos e preparei estas comunidades para a participação na Eucaristia, enquanto o padre Marcelo atendia as confissões. Celebramos a Santa Missa com alguns batizados e imposição dos escapulários do Carmo ao fim de cada Santa Missa. Apesar do pouco tempo que passamos em casa comunidade, tive a oportunidade de me aproximar daquelas pessoas e ouvir um pouco do dia a dia nestas comunidades.
No barco de nossa missão – Santa Maria do Rio Negro – permaneci do dia 17 ao dia 20 de julho, neste dia celebramos a Festa de Santo Elias, padroeiro da localidade de Airão Velho, ali conheci um pouco da história desta região, localizada no Médio Rio Negro. Dali o padre Marcelo seguiu, no dia seguinte, em missão para o Rio Jaú, ainda visitaria nossas comunidades mais distantes, até chegar ao limite de nossa Paróquia na comunidade do Tambor. No mesmo dia a noite, após as celebrações e festejos, eu comecei minha viagem de volta a Novo Airão. De carona em uma embarcação, segui até a comunidade do Curidiqui onde fui muito bem acolhido na casa de uma família. Dali parti as 3h do dia 21 de julho, junto a um dos membros da comunidade, que iria para Manaus junto do filho, e para isso embarcaria num barco maior chamado “Recreio”. Pelas 4h15min no meio do Rio Negro, trocamos de embarcação, saímos da canoa da comunidade, para esta embarcação maior. E, assim terminou meu pequeno retiro junto ao Padre Marcelo, as comunidades ribeirinhas e a tripulação do Santa Maria do Rio Negro.

Pela manhã desembarquei no porto principal de Novo Airão, onde tomei um “mototáxi”, este me deixou na casa do Padre Marcelo. Lá por acaso estava, na Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, a secretária paroquial. Esta entrou em contato com o Padre Stanislaw Krajewski SAC, pároco da Santo Ângelo, e me levou para a casa paroquial junto a Igreja de Jesus Misericordioso. Com o padre Stanislaw passei um ótimo final de semana, conheci e participei das celebrações em muitas de nossas comunidades. De maneira muito acolhedora o padre me apresentou toda a cidade: o hospital, o presídio, a prefeitura, as praças, o “boto” … e algumas obras inacabadas da prefeitura. No último dia me levou para dar uma volta no carro mais antigo da cidade, que pertencia ao Padre José Maslanka SAC – este havia sido vendido anos atrás pelo próprio padre José e o padre Stanislaw conseguiu recuperar para o acervo do memorial do mesmo missionário palotino, conhecido como “o amigo dos pobres”. Na segunda-feira o pároco propôs um encontro, após a Missa da Igreja Jesus Misericordioso, com a comunidade presente. O objetivo era que eu partilhasse um pouco sobre a vocação sacerdotal e palotina, e também respondesse as dúvidas e questionamentos dos paroquianos acerca deste tema. Na terça-feira, dia 24 de julho padre Stanislaw me levou a Manaus, onde fui novamente acolhido pelo nosso pároco nesta cidade, e no dia seguinte após o almoço, fomos em direção ao aeroporto de Manaus. Embarquei no avião para o Rio de Janeiro, as 15h25min (horário de Manaus) e cheguei no Rio 20h30min (horário de Brasília). Findou-se assim minha experiência pastoral junto ao povo de Deus reunido no estado do Amazonas, nas áreas confiadas por Deus a nossa pequena Região Mãe da Misericórdia.

Em resumo, posso partilhar que a experiência foi tão desafiadora quanto bela, especialmente aquela junto das comunidades riberinhas. Também o testemunho de nossos padres foi muito edificante: a acolhida fraterna, a simplicidade de vida, a proximidade do povo, a vida oração, o ardor missionário...Enfim, sem me dirigir nenhum sermão me ensinaram muito acerca da missão e da vida fraterna. Os desafios são muitos – como em todos os lugares –, contudo nenhum deles é tão grande que não possa ser enfrentado com a graça de Deus e a ajuda dos confrades. Ali está presente uma parcela do povo de Deus que nos foi confiada. Por isso o mandato missionário do Senhor permanece vivo, Ele chama a todos - inclusive nossos jovens e leigos. E a todos promete ser ele mesmo a recompensa por “cada esforço e cada cansaço”, o prêmio pelo zelo e amor dedicado ao anúncio do evangelho e serviço dos irmãos.
Fr. José Luiz Alves da Silva Junior, SAC.