Nosso
pecado de estimação
Com
muita frequência ouvimos essa expressão da boca de muitos cristãos: ‘Meu pecado
de estimação’, e refere-se a aqueles pecados que por deveras tornam-se
constantes na vida do fiel. Um termo que chega a ser engraçado, pois sempre que
o ouço imagino aqueles animais de estimação que essas ‘madames’ criam e que os
tratam como verdadeiros ‘filhos’: colocam roupinhas, sapatos, carregam no colo,
levam para dar banho e tosar uma vez por mês, e gastam ‘rios’ de dinheiros para
o bem-estar de seus ‘filhos de estimação’. Mas será que nosso pecado pode ser
de estimação?

Lembremos
que o pecado é uma ofensa a Deus, o catecismo nos ensina: “O pecado é uma falta contra a razão, a consciência
reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por
causa de um apego perverso a certos bens” (§1849). Por ser um ultraje contra o
Criador o cristão não pode ter afeição pelo mal. O pecado mortal leva o
pecador a perder o “estado de graça”, isto é, a “graça santificante”. O
Catecismo afirma que: Se este estado não for recuperado mediante o
arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a
morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções
para sempre, sem regresso (§1861- 1864).
O
Catecismo exorta que o pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por
uma infração grave da lei de Deus, desvia o homem de Deus, que é seu fim último
e bem-aventurança, preferindo um bem inferior (CIC §1856). Tal estado não é a
condição do ser humano, e assim não se pode criar raízes onde leva a morte e a
destruição.

Caríssimos,
tenhamos a estima de sermos santos, voltados para a graça, não nos apeguemos ao
que nos destrói, tão pouco devemos nos conformar com o que vem do Mal, pois
tudo que vem dele é para aniquilar e afastar os homens de
Deus. Por tanto, não use mais o termo ‘pecado de estimação’ uma vez que este tira
a dignidade dos filhos de Deus.
Pe. Rafael Moura de Oliveira, SAC
Fontes:
BIBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2008.
BIBLIA DO PEREGRINO. São Paulo: Paulus, 2005.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Edição típica Vaticana. São Paulo: Loyola, 2000.
FORTEA, José Antonio. Suma
Demoniaca, tratado de demoniologia e manual de exorcistas. Tradução: Ana
Paula Bertolini. São Paulo: Palavra e prece, 2010.
PAULO II, João. Teologia do
corpo, o amor humano no plano divino. Tradução: José Eduardo Câmara de Barros
Carneiro. São Paulo: Eclesiae, 2014.
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