Neste dia em que celebramos a
solenidade de Corpus Christi, queremos acrescer a nossa espiritualidade
eucarística à luz da espiritualidade de Nosso Santo Fundador, São Vicente
Pallotti.
São Vicente tinha a certeza
que sem Jesus, nada podia fazer. Sem sombra de dúvidas, em meio a um tempo
conturbado no qual viveu, foi Jesus na eucaristia, o seu sustento.
Apesar de ser um sacerdote
atarefado, ser responsável de várias frentes de pastoral, ele sempre encontrava
tempo para o momento precioso, estar diante do Altar, em oração. Teve vezes
que se perdeu no horário e foi noite adentro diante do sacrário.
Desde pequeno, os pais de
Pallotti incutiram em seu coração o amor e zelo pela eucaristia. Todos os dias,
sua mãe o conduzia às diversas igrejas, do centro de Roma, para adorar Cristo
na eucaristia. E assim foi ao longo da sua vida. Na Igreja do Espírito Santo,
onde trabalhou por 12 anos, Pallotti abriu uma janela, em seu quarto, para que
assim pudesse contemplar o Cristo no sacrário. Trazia consigo uma estampa do
Santíssimo Sacramento, que durante o caminho que fazia, dava beijos em sinal de
adoração.
O que São Vicente Pallotti
tinha para tanto falar com Jesus? Ele reconhecia, antes de tudo, que era amado
por Deus. E isso bastava para passar tanto tempo diante do Senhor. Pois quando
amamos alguém e somos amados, a hora passa e não percebemos. E queremos mais.
Pallotti percebia a sua dependência a Deus. E costumava dizer, “sou nada e
pecado” e Deus é Tudo.
“Deus se fez homem e ainda
alimento para minha alma, quer nutrir-me com todo seu ser, com sua essência e
natureza divina, com todos seus atributos infinitamente misericordiosos”, dizia
Pallotti. Pedia perdão, por perder tanto tempo com outras coisas e não adorar a
Deus.
As grandes inspirações de São Vicente
Pallotti normalmente eram recebidas por ele no momento de ação de graças, após
a missa. Uma delas é a fundação da União do Apostolado Católico, em 1835. A
Família nasce dessa experiência eucarística.
Bendizia a Deus por dar-nos
Jesus na Eucaristia, fazer-nos próximos. “Oh, Incompreensível invenção amorosa
do
Pai das misericórdias”. Através da Eucaristia, podemos unir-nos a Jesus
Cristo e assim melhor relacionarmos, impulsionando-nos à Sua imitação, uma vez
que somos a Sua Imagem e Semelhança.
São Vicente dizia: “Se faltar
a eucaristia, não receberemos nunca a garantia do paraíso”. E se questionava:
Como me preparo para celebrar a eucaristia? Como a celebro? Que tipo de
sentimento esse sacramento me proporciona? Como poderia eu ficar longe do
sacramento eucarístico? Essas perguntas são úteis para verificarmos como anda a
nossa vida espiritual também.
Nosso Fundador, a partir da
sua experiência com o sacramento da eucaristia nos ensina: uma comunidade só se
manterá unida e seu testemunho será eficaz na medida em que viver da
eucaristia.
A vida de Pallotti era
intensamente eucarística. O sacramento da eucaristia era o ápice do seu dia, o
ponto central. Todas as atividades giravam entorno da celebração da eucaristia,
o que fazia antes era em preparação à eucaristia e o após, ação de graças por
tamanho dom recebido.
E diante do Santíssimo
Sacramento, São Vicente Pallotti reconhecia que para imitar Jesus iniciava em segui-Lo,
como diz a passagem de São Mateus 16, 24: “Quem quiser vir após mim, tome cada
dia a sua cruz e me siga”. E o que transmitimos é o que ouvimos e aprendemos na
experiência diária (1Jo 1,3).
Que esta perseverança diante
da presença de Jesus na eucaristia nos ensine serem apóstolos incansáveis. E a
partir da experiência eucarística, sejamos reflexos do rosto de Jesus em nossos
atos, porque palavras sem testemunho são vazias e estéreis, não alcança
ninguém.
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