O ser humano, de modo geral, quer deixar a sua
marca por onde passa. De forma consciente ou não, acabamos por
deixar na vida das pessoas algo que pode
transformá-las profundamente. Tais marcas são provenientes de
gestos e/ou atitudes registrados na vida e memória das pessoas que
estão próximas a nós e que mesmo longe vão sempre lembrar
daqueles que cruzaram os caminhos de nossas vidas.
Assim foi a convivência com o Padre Gilmar
Simplicio SAC, que no dia 23 de maio deste ano celebrou a Santa Missa
como forma de até logo, antes de ir para sua nova Missão em
Portugal. Na homilia ele falou de dois pontos fundamentais, o
primeiro foi a questão do descanso que é um “dom precioso” como
canta a liturgia das horas, no hino da I Vésperas na segunda semana
do Saltério. De modo que não devemos só ficar no fazer, mas também
devemos ter tempo para o lazer e descanso. Visto que se não
descansamos, não conseguimos dar o nosso melhor nos nossos afazeres,
corremos o risco de estarmos sempre estressados. Com isso acabamos
descontando nos outros toda a nossa impaciência e cansaço.
O segundo ponto que nos apresentou foi o nosso
dever de querer sempre nos imaginar no cenáculo, como São Vicente
Pallotti nos ensinou. Deste modo podemos buscar forças para a nossa
caminhada, reservando tempo suficiente para a nossa vida espiritual.
Do contrário não adianta fazer “tantas e tantas coisas”, pois
se não tenho tempo para estar com Deus, os meus muitos afazeres
podem atrapalhar a minha vida espiritual. Portanto, pouco adiantaria
todo o tempo utilizado em estudo e formação, se não temos o mais
importante, que é a intimidade com Deus. Só ele pode mudar as
coisas que aos nossos olhos estão difíceis, sem ele acabo me
tornando uma pessoa miserável, que reclama de tudo... nada está
bom. As coisas só se tornarão melhores em nossa vida quando
buscarmos aquele que a fonte de todo amor.
Ao Padre Gilmar queremos nos dirigir lembrando a
conhecida letra da música de Milton Nascimento recordando que o
“amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito",
nós como comunidade formativa do Seminário Maior Palotino, vamos
sempre trazer em nossas lembranças o que foi deixado pelo senhor no
coração de cada um nós. Sabemos que temos um amigo em quem podemos
confiar, um coirmão mais velho que tem muito a nos ensinar. Através
sua forma de olhar o outro e ver o mundo, aprendemos a questionar a
nossa maneira de amar o próximo. Por fim,cito uma frase que São
João Paulo II afirmou fazê-lo lembrar de seus amigos, peço que
leve essa frase em seu coração sempre que lembrar daqueles que
foram seus formandos: “Cor unum et anima una” (Um só
coração e uma só alma).
Fr. Marcelo Rodrigues, SAC
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