terça-feira, 6 de março de 2018

O deserto na vivência da Quaresma




O silêncio é como a espada na luta espiritual; a alma tagarela nunca atingirá a santidade. Essa espada do silêncio cortará tudo que queira apegar-se à alma. Somos sensíveis à fala e sendo sensíveis, logo queremos responder; não levamos em conta se é da vontade de Deus que falamos. A alma silenciosa é forte; nenhuma adversidade a prejudicará, se perseverar no silêncio. A alma recolhida é capaz da mais profunda união com Deus, ela vive quase sempre sob a inspiração do Espírito Santo. Deus opera sem, obstáculo na alma silenciosa” (Santa Faustina). 

Assim como Jesus se retirou para o deserto afim de meditar a respeito de sua missão e obra neste mundo, nós também somos convidados a nos retirar para o deserto, mas não para o deserto físico e sim para um deserto espiritual. No deserto espiritual nós estamos a sós com Deus e ali poderemos escutar Sua voz. 

Ao ir para o deserto, Jesus nos convida ao jejum e a oração para assim nos fortalecemos e podermos enfrentar as tentações que nos afligem.  O jejum purifica os nossos sentidos, ajuda-nos a controlar as nossas vontades e faz-nos voltá-las para Deus.  A oração nos leva a ter um contato mais íntimo com Jesus, através da oração nós apresentamos as nossas dificuldades a Ele e com Ele conversamos afim de escutarmos a Sua voz dizendo qual o caminho que devemos trilhar e o que Ele deseja de nós.

O deserto nos convida ao silêncio, nos convida à meditação e essas duas coisas nos levam ao autoconhecimento. Através do silêncio conseguimos ouvir a voz de Deus, conseguimos entender o que Ele nos pede. A meditação faz-nos ver como estamos agindo, de que maneira estamos procedendo como imagem e semelhança de Deus.
 
Que nesta Quaresma nos deixemos ser conduzidos pelo Espírito Santo ao deserto para que possamos compreender qual a nossa missão aqui na terra.

O Verbo encarnado, que é a Sabedoria infinita, para ensinar a todos, a prática do silêncio, dignou-se nascer por nós, no silêncio profundo de uma noite escura, na condição de menino, numa estrebaria. Manifestou-se aos homens como os recém-nascidos que não falam. Por isso, o silêncio, observado com o fim de conversar mais intimamente com Deus, é um dom de Deus” (São Vicente Pallotti).

Felipe Batista de Oliveira SAC

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