Ao trabalhar no Seminário da Propaganda, Vicente teve
a oportunidade de conhecer pessoas de várias nacionalidades, pois os que aí
estudavam eram oriundos dos países de missão. Todo candidato trazia consigo a
nacionalidade, a cultura, a história, o jeito de ser cristão do seu país. Neste
seminário realizavam-se anualmente celebrações com características próprias dos
países de missão.
Tinha, outrossim, ótima oportunidade de assistir às
solenidades religiosas celebradas em diversos ritos, com pompa tipicamente
oriental, e de ouvir discursos, poesias e cantos em diversos idiomas, mormente
na original Festa das Línguas, que se efetuava no Seminário durante o Oitavário
da Epifania.[1]
Ao ver tudo isso, com certeza, Pallotti deve ter-se
perguntado: por que não levar isso ao povo? Assim nasceu a ideia do Solene
Oitavário da Epifania.
A primeira festa aconteceu na igreja do Espírito
Santo, em janeiro de 1836. Nela se realizavam celebrações com sermões em várias
línguas e várias bênçãos. A celebração
partia do seguinte pressuposto: da mesma forma que os magos foram chamados a
adorar o Menino Jesus, todos são convidados a adorar o Deus feito homem, do seu
jeito, conforme a sua cultura, unindo assim toda Igreja ao redor do Deus feito
homem.
Como a festividade foi crescendo, se fez necessário
ampliar o espaço da celebração. Várias igrejas tiveram a oportunidade de
celebrar o Oitavário, até que em 1841 ela se estabilizou na igreja de Santo
André Della Valle, a maior igreja de Roma depois das Basílicas. O ano de ouro
do Oitavário foi em 1870, período do Vaticano I, quando contou com a
participação de muitos bispos e arcebispos. Esta festa perdurou por muitos anos
em Roma. Em
1969 aconteceu a celebração do último Oitavário.
O Oitavário expressa um importante aspecto do ser
palotino, a unidade do ser cristão. Pallotti tinha o desejo de que esta festa
fosse realizada em todo mundo, mas, infelizmente, hoje ela apenas faz parte da
história e de um sonho. O último Oitavário em que Pallotti
participou foi nove dias antes de morrer, em 1850, quando fez o sermão muito
comovido e alegre, se despedindo de seus companheiros.
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