domingo, 4 de janeiro de 2015

Oitavário da Epifania e São Vicente Pallotti | Pe. Jadir Zaro, SAC

Oitavário da Epifania (em VIDA E OBRA DE SÃO VICENTE PALLOTTI) - Pe. Jadir Zaro, SAC

Ao trabalhar no Seminário da Propaganda, Vicente teve a oportunidade de conhecer pessoas de várias nacionalidades, pois os que aí estudavam eram oriundos dos países de missão. Todo candidato trazia consigo a nacionalidade, a cultura, a história, o jeito de ser cristão do seu país. Neste seminário realizavam-se anualmente celebrações com características próprias dos países de missão.

Tinha, outrossim, ótima oportunidade de assistir às solenidades religiosas celebradas em diversos ritos, com pompa tipicamente oriental, e de ouvir discursos, poesias e cantos em diversos idiomas, mormente na original Festa das Línguas, que se efetuava no Seminário durante o Oitavário da Epifania.[1]

Ao ver tudo isso, com certeza, Pallotti deve ter-se perguntado: por que não levar isso ao povo? Assim nasceu a ideia do Solene Oitavário da Epifania.

A primeira festa aconteceu na igreja do Espírito Santo, em janeiro de 1836. Nela se realizavam celebrações com sermões em várias línguas e várias bênçãos.  A celebração partia do seguinte pressuposto: da mesma forma que os magos foram chamados a adorar o Menino Jesus, todos são convidados a adorar o Deus feito homem, do seu jeito, conforme a sua cultura, unindo assim toda Igreja ao redor do Deus feito homem.

Como a festividade foi crescendo, se fez necessário ampliar o espaço da celebração. Várias igrejas tiveram a oportunidade de celebrar o Oitavário, até que em 1841 ela se estabilizou na igreja de Santo André Della Valle, a maior igreja de Roma depois das Basílicas. O ano de ouro do Oitavário foi em 1870, período do Vaticano I, quando contou com a participação de muitos bispos e arcebispos. Esta festa perdurou por muitos anos em Roma. Em 1969 aconteceu a celebração do último Oitavário.

O Oitavário expressa um importante aspecto do ser palotino, a unidade do ser cristão. Pallotti tinha o desejo de que esta festa fosse realizada em todo mundo, mas, infelizmente, hoje ela apenas faz parte da história e de um sonho. O último Oitavário em que Pallotti participou foi nove dias antes de morrer, em 1850, quando fez o sermão muito comovido e alegre, se despedindo de seus companheiros.  




[1] MICHELOTTI, Agostinho.  São Vicente Pallotti.  Santa Maria: Pallotti, 1963. p. 206.

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