do site www.pallotti.com.br
São Vicente Pallotti
Filho e apóstolo de Roma
Este artigo, o primeiro de uma série sobre a pessoa e a obra de São Vicente Pallotti, abre esta página comemorativa do Ano Jubilar, no qual serão recordados os 50 anos de sua canonização. A seguir, serão apresentados alguns dados biográficos do fundador da União do Apostolado Católico.
Vicente Pallotti, o santo apóstolo de Roma, o pai dos pobres como o denominaram os seus contemporâneos, nasceu no dia 21 de abril de 1795, no coração de Roma.
Seus pais eram Pedro Paulo Pallotti e Maria Madalenade Rossi. Pedro Paulo não era romano, pois nasceu em São Jorge de Cássia, na Úmbria, centro da Itália, como São Francisco de Assis e Santa Rita. Seus pais eram pequenos agricultores. Em busca de trabalho, juntamente com o irmão Luís, foi para Roma aos dezesseis anos. Empregou-se num pequeno negócio de produtos coloniais. Conquistou a confiança do patrão, a ponto de ser nomeado seu herdeiro testamentário. Pedro Paulo ampliou a mercearia, acrescentando os queijos, salames, salgados e outros comestíveis. Mais tarde, comprou o negócio dos herdeiros e abriu outra loja não longe da via del Pellegrino, onde morava.A mãe Madalena nasceu em Roma.
Pedro Paulo era um homem muito religioso e Madalena gozava de fama de santidade. Teve grande influência na formação humana e espiritual de Vicente Pallotti. Quando outras pessoas se admiravam do que Pallotti fazia, costumava repetir: "Isto eu aprendi de minha mãe". Sua virtude se revelou principalmente nos muitos sofrimentos que teve que suportar. Em três anos, o seu corpo foi se tornando uma chaga só: boca e estômago ulcerosos, chagas em toda a superfície da pele. Enquanto Pedro Paulo passava a maior parte do dia atrás do balcão, Madalena conduzia a vida familiar com sua presença. O padre Vicente lembrou-a "sempre solícita em recomendar o marido a Deus, sempre fiel, sempre atenta em assisti-lo". Pôs muito cuidado na educação dos filhos e os mantinha ocupados em praticar o bem, em fazer as orações, em estudar e trabalhar. Tinha em casa imagens e estátuas de Jesus e de Nossa Senhora e mandou montar um pequeno altar numa das peças da casa. Compreende-se bem porque o padre Vicente, mais tarde, pôde dizer aos primeiros companheiros: "O Senhor deu-me pais santos". Foi este o ambiente familiar em que Vicente veio ao mundo.
Os filhos são uma expressão original e inconfundível dos próprios pais, pois são profundamente marcados por eles no plano biológico, psíquico e espiritual. Assim, o conhecimento dos pais facilita a compreensão dos filhos.
Admiramos a grandeza e a riqueza de São VicentePallotti. Sem dúvida, era uma pessoa dotada de muitas qualidades humanas e cristãs. Mas esta riqueza não caiu do céu, nem pode ser atribuída toda ao seu inegável esforço pessoal, mas deve-se também, em grande parte, à influência positiva e generosa dos seus pais.
Maria Madalena de Rossi morreu em 1827, com 62 anos, e Pedro Paulo Pallotti em 1837, com 89 anos.
O casal Pallotti teve dez filhos, cinco dos quais morreram na infância. Os sobreviventes eram todos homens, nenhum deles contraiu matrimônio, de sorte que, hoje, não existem descendentes diretos do casal.
No dia seguinte ao do nascimento, o pai, mais alguns parentes e amigos, levaram o bebê à igreja de S. Lorenzo in Damaso, para batizá-lo. Na realidade, três nomes de santos, de reconhecidas virtudes, foram dados ao bebê: Vicente (penitência), Luís (pureza) e Francisco (pobreza). Essas virtudes brilharam intensamente na vida de Vicente Pallotti.
Vicente foi crismado aos 6 anos e aos 10 fez a primeira comunhão. Por ser um menino muito piedoso, foi-lhe permitido comungar todos os dias, desde que não fosse na mesma igreja. A comunhão muito frequente era então um privilégio muito raro. Assim, comungar diariamente, na mesma igreja, podia despertar estranheza e suspeita. No caso do pequeno Vicente, o privilégio se justificava porque, desde a infância, ele teve o dom do amor de Deus.
Vicente aprendeu as primeiras letras numa pequena escola do bairro. Frequentou, a seguir, o famoso colégio de São Pantaleão. Nele fez parte dos seus estudos secundários. Concluiu-os no Colégio Romano, o grande estabelecimento educacional da Companhia de Jesus, em Roma. Nesse estabelecimento, começou os seus estudos filosóficos que concluiu na Universidade de Roma, a "Sapienza", onde começou também os estudos de teologia.
Vicente, já na sua mais tenra juventude, mostrava interesse especial pelas coisas da religião. Com 12 anos colocou-se sob a direção espiritual de um santo sacerdote chamado Bernardino Fazzini, que foi seu confessor até o seu falecimento, e que exerceu grande influência, tanto para a escolha da vocação como da fundação da obra de Vicente Pallotti.
Mas as vocações não se fabricam. É Deus quem as dá. Aos homens, pais, mestres e diretores espirituais somente incumbe o seu cultivo. Esta foi a grande tarefa de Bernardino Fazzini.
Chegou um momento em que Vicente Pallotti sentiu-se fortemente atraído pelos grandes ideais e pelas austeridades da grande Ordem Franciscana Capuchinha. Pensou, seriamente, se devia ingressar nela ou não. Buscou o conselho do seu diretor espiritual, cuja opinião foi decisiva. Baseava-se esta em duas considerações: a primeira era a saúde deVicente, incapaz de suportar as austeridades de uma vidade convento; e a segunda era a vocação especial que Vicente deveria desempenhar, não no convento, mas no mundo. Esse conselho foi aceito sem vacilações por Vicente. Conservou, contudo, sua estima e veneração pela Ordem Franciscana Capuchinha, durante toda a vida, e obteve inclusive licença de usar, à noite, o hábito da mesma, o que fez por muitos anos. Esse hábito conserva-se entre as relíquias no Museu Pallotti, em Roma.
Aos quinze anos, em 1810, Vicente tomou a decisão de começar os estudos preparatórios à ordenação de padre. Ficou morando com os pais, porque os seminários tinham sido fechados pela Revolução Francesa. Foi ordenado padre no dia 16 de maio de 1818, com 23 anos de idade, na Basílica de São João do Latrão, em Roma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário