João Paulo II esteve no domingo, 22 de junho de 1986, na igreja romana de São Salvador da Onda, perto da Ponte Sisto, para presidir a uma concelebração eucarística em honra de São Vicente Pallotti. Durante a missa, o Santo Padre pronunciou a homilia (segue um trecho desta homilia), recordando a figura do Santo Fundador da Sociedade do Apostolado Católico:
João Paulo II, em visita a Igreja de São Salvador da Onda |
Caros Irmãos e Irmãs em Cristo!
Desejo exprimir a todos vós, aqui presentes, membros da Família Palotina e devotos admiradores de São Vicente Pallotti, a sincera alegria de me encontrar convosco, e de celebrar o Sacrifício da Santa Missa sobre este altar, que conserva a mais preciosa relíquia do vosso Santo Fundador.
Vim em visita a este lugar e a esta comunidade porque a minha história pessoal está marcada por muitos e importantes encontros com os filhos espirituais de São Vicente Pallotti. Wadowice, a minha cidade natal, é o berço dos palotinos poloneses: freqüentes foram os meus contatos com eles, na minha juventude e de modo especial durante o meu ministério sacerdotal e episcopal. Mas um motivo particular liga-me a este lugar e a esta comunidade. Ainda hoje recordo, não sem emoção e gratidão, aquele dia no longínquo 1946, quando, jovem sacerdote, cheguei a Roma para aperfeiçoar os meus estudos nos ateneus pontifícios e fui acolhido nesta comunidade. Não obstante a minha permanência tenha sido breve, todavia foi suficiente para nunca mais esquecer o clima de serena fraternidade que aqui respirei.
[...]
A minha visita quer ser, portanto, um ato de reconhecimento ao vosso Fundador, este santo sacerdote romano, que foi chamado pelo meu inesquecível predecessor João XXIII: “um sábio de insigne santidade que no seu tempo... dignificou a honra que lhe vinha de pertencer ao clero da primeira diocese da catolicidade... infatigável apóstolo, diretor de consciências, suscitador de entusiasmos santos, magnífico nos múltiplos empreendimentos”.
João XXIII e corpo incorrupto de Pallotti |
Vicente Pallotti desejava viver em continua e cada vez mais intensa comunhão com Cristo, a tal ponto que queria ser totalmente transformado n’Ele. Costumava repetir muitas vezes esta oração, que nos faz entrever a grandeza do seu coração de cristão e de sacerdote: “Seja destruída a minha vida e que a vida de Jesus Cristo seja a minha vida”
Ele fez próprios os sentimentos de Cristo, o qual desejava ardentemente salvar todos os homens e reconduzi-los ao Pai. No coração sacerdotal de Vicente Pallotti ressoavam as pulsações do coração de Jesus, Bom Pastor, que procura a ovelha tresmalhada.
[...]
Desejaria deter-me ainda num outro aspecto significativo da vida e da atividade apostólica de São Vicente Pallotti, a saber, a sua filial, terna e apaixonada veneração a Maria Santíssima. Grande devoto de Nossa Senhora, ele desejava amá-la infinitamente, se fosse possível, dar-Lhe os títulos mais belos, amá-La com o amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Queria que a própria fundação fosse como que um ato de obséquio a Maria Santíssima, escolhida - com o titulo de “Rainha dos Apóstolos” - como Patrona da Obra, para que Ela obtivesse de Deus todos os dons necessários a fim de que o Apostolado Católico existisse e fosse fecundo na Igreja e se propagasse rapidamente no mundo inteiro, mas de modo especial a fim de que “todos, leigos e eclesiásticos seculares e regulares de qualquer ordem, estado e condição tivessem em Maria Santíssima, depois de Jesus Cristo, o mais perfeito modelo do verdadeiro zelo católico e da perfeita caridade, pois Ela de tal modo se empenhou nas obras da maior glória de Deus e da salvação das almas que, embora não Lhe fosse confiado o ministério sacerdotal, no entanto superou em méritos os Apóstolos, porque mereceu recebê-lo, por ter cooperado sem proporção, acima dos Apóstolos, na propagação da santa fé”.
Seguindo, portanto, de maneira fiel e generosa o exemplo do vosso Santo Fundador, amai a Maria, glorificai-A, invocai Maria, imitai-A!
Fonte: Horizontes Palotinos
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