domingo, 23 de dezembro de 2018

Servo de Deus Richard HENKES SAC - Breve Biografia


Servo de Deus Richard HENKES SAC - Breve Biografia 

Richard HENKES (1900-1945), sacerdote, membro da Província da Santíssima Trindade, nascido em 26.05.1900 em Ruppach (Alemanha) e morto em 22.02.1945 em Dachau. A Causa de beatificação foi iniciada na Diocese de Limburgo, na Alemanha, no dia 25 de Maio de 2003 e foi encerrado o processo Diocesano no dia 23 de Janeiro de 2007. Desde Março de 2009 está se desenvolvendo a preparação do “Positio” sobre o martírio. Esta missão vem sendo realizada pelo Pe. Manfred Probst SAC, colaborador externo da Redação do Vaticano e do Postulador Geral da SAC.
Pe. Richard Henkes compriu diversos serviços como sacerdote manifestando um grande zelo apostólico e  um contínuo amor pela Igreja. Estas características são evidenciadas no seu serviço de professor na escola, de pregador, de pregador de retiros, de confessor, de assistente religioso das associações católicas e de pároco. Amou a Igreja e soube  colaborar com os leigos.
Preso no dia 8 de Abril de 1843, foi confinado no campo de concentração de Dachau. Durante uma epidemia de “tifo petecchiale”, ofereceu-se como voluntário para curar os doentes no bloco dos sacerdotes da Checoslovaquia, onde, depois de  uns dias, contagiou-se e acabou morrendo no dia 22 de Fevereiro de 1945. Os prisioneiros desde então, o definiram “mártir do amor ao próximo”. A prisão, a condenação no campo de concentração, como a morte mesma, se desenvolveram nas circunstâncias determinadas pelo “odium fidei”. A Conferência Episcopal da Checoslovaquia o definiu “como testemunho corajoso da Igreja para a verdade, a liberdade e o amor”. Toda a sua vida manifestou que os valores acima descritos estão fundamentados na contínua união pessoal com Jesus Cristo.

A sua profunda fé manifesta-se também em uma carta endereçada à sua mãe e escrita depois de ter sido preso, durante a viagem a Dachau, no dia 11 de Julho de 1943 (Ratibor). Ele escreve: “Até agora percorri o caminho do mistério glorioso do terço. Se até agora estava no púlpito ou em una sala de Conferências, tratava-se sempre de uma atividade sacerdotal cheia de alegria. E se agora, querida mãe, diante do crucifixo rezai muitas vezes os mistérios dolorosos, deveis pensar que faço este caminho junto com o Redentor, e isto não é uma vergonha para um sacerdote. Se viverei o mistério glorioso do terço ainda aqui na terra ou já no céu, é uma coisa que deixo a Deus decidir. Agradeço muito por todo o vosso amor. Não vos esquecerei  nunca e nos encontraremos sempre na oração. /…/ Em nome de Deus e cordiais saudações. O vosso grato filho, Richard”.



Fonte: https://sac.info/servo-di-dio-richard-henkes-1900-1945/?lang=pt-br

Promulgado o decreto do martírio do Pe. Richard Henkes, SAC


Ontem à tarde, 21 de dezembro de 2018, o Papa Francisco recebeu o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Becciu, autorizando o Dicastério a promulgar os decretos de um novo Beato e 11 Veneráveis. Em particular, foi reconhecido o martírio “in odium fidei” de nosso coirmão Richard Henkes, ocorido durante o nazismo no campo de extermínio de Dachau, na Alemanha.

Durante o período nazista, o Pe. Richard Henkes anunciou a mensagem de Jesus Cristo sem medo e de forma convincente. Ele assumiu uma posição pública e defendeu sua fé católica .

Em 1943, devido a suas declarações anti-nazistas pronunciadas durante o Tríduo Pascal na paróquia de Branitz, ele foi denunciado pela segunda vez e em 8 de abril, preso pela Gestapo em Ratibor. Em 10 de julho de 1943, chegou a Dachau, onde foi designado para o barracão 26, destinado a padres. Quando, no final de 1944, no barracã 17 e nos outros barracões, eclodiu o tifo petequial, o padre Henkes deslocou-se voluntariamente neste barracão para ajudar os doentes gravemente enfermos espiritualmente e corporalmente. Em meados de fevereiro, durante seu serviço, ele foi infectado e morreu em 22 de fevereiro de 1945 .


A experiência da fé e o amor inescrutável do Pe. Henkes por Deus e pelo próximo dão à Igreja e à Sociedade futuro, esperança e fé.

fonte: https://sac.info/promulgato-il-decreto-del-martirio-di-p-richard-henkes-sac/?lang=pt-br

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Viver bem o Advento



Viver bem o Advento

No Advento, disponhamo-nos a receber Jesus Cristo no Natal e, cada dia, na Eucaristia.” (Beato Álvaro del Portillo )

O advento é um tempo forte na vida da Igreja, onde  a mesma nos motiva a viver com mais intensidade a oração e a penitência que transforma nosso coração, por meio da certeza de que precisamos nos preparar para receber em nossa alma o Senhor da Vida que vem não para visitar, mas residir no mais íntimo de nós. O Senhor que nasceu na Gruta de Belém renascerá mais uma vez, não naquele mesmo lugar, mas na Gruta de nosso coração e para isso, precisamos estar preparados para acolher tão ilustre presença.

Nesse tempo de espera, vale a pena recordar a espera do Povo eleito, a Israel de Deus, que por muito tempo aguardou ansiosamente a libertação que viria por meio da ação do Altíssimo, aguardavam o Messias. A nação de Deus estava sufocada por meio da opressão e escravidão vinda pelas mãos dos poderosos deste mundo, vinda da falta de amor, vinda principalmente do pecado. Eles não tinham mais esperança, a desconfiança sufocava aos poucos a fé, mas através de muitas vozes proféticas Deus pedia que confiassem em sua ação e esperassem N'Ele, pois viria a Salvação: “Uma Virgem conceberá e dará a luz um Filho que será chamado Emanuel.” Is 7,14

O Milagre da libertação aconteceu. A virgem Santa respondeu sim aos projetos de Deus e gerou para nós o Salvador. O Verbo de Deus se fez carne e a liberdade dos filhos de Deus foi resgatada. Satanás foi destruído. Por isso nós precisamos estar preparados para o dia que iremos fazer memória deste grande feito de amor de Deus por nós: Ele enviou seu Filho único para nos trazer a Paz e Salvação.

Talvez como o povo de Israel que foi escravizado e oprimido, talvez nosso coração também hoje não esteja muito bem, talvez a tristeza e o pecado tenham nos tirado a paz, mas a certeza da Vinda do Senhor deve expulsar de nosso coração tudo que nos afasta da graça de Deus e encher nosso coração de alegria e esperança de que tudo vai mudar. Precisamos buscar na oração a força do Alto, no cultivo das virtudes o aniquilamento dos defeitos, na fé em Deus a destruição da desconfiança, no Amor feito carne a esperança do céu.

Eis o motivo de nos preparamos bem e vivermos melhor ainda o tempo do Advento, Jesus veio nos trazer a liberdade e nessa mesma liberdade nos ensinar a amar, Ele veio para estar junto de nós, para caminhar ao nosso lado, nos ensinando que nunca estaremos sozinhos, Ele veio nos alimentar com seu corpo e seu sangue durante todos os dias de nossa vida, marcando definitivamente morada em nossa alma, dissipando assim as tristezas e aflições, nos ensinando que o caminho que deve ser trilhado é o caminho da santidade, da fuga do pecado, caminho esse que pode ter muitas pedras e tribulações, mas a presença do Senhor garante a Vitória.

Que estejamos bem preparados para contemplar nesse Natal. O Menino Deus que vai chegar! Que tenhamos a pureza e a humildade para ver a graça tão forte e poderosa envolvida em faixas e deitada no coxo de animais. Mas precisamos saber que os soberbos, vaidosos, orgulhosos não conseguirão vê-lo, mas somente os que forem simples como os pastores, fieis como os Reis Magos e Mansos e humildes como José e Maria.

Padre Jovane da Rosa Carmo (Diocese de Petrópolis)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Nosso pecado de estimação


Nosso pecado de estimação


Com muita frequência ouvimos essa expressão da boca de muitos cristãos: ‘Meu pecado de estimação’, e refere-se a aqueles pecados que por deveras tornam-se constantes na vida do fiel. Um termo que chega a ser engraçado, pois sempre que o ouço imagino aqueles animais de estimação que essas ‘madames’ criam e que os tratam como verdadeiros ‘filhos’: colocam roupinhas, sapatos, carregam no colo, levam para dar banho e tosar uma vez por mês, e gastam ‘rios’ de dinheiros para o bem-estar de seus ‘filhos de estimação’. Mas será que nosso pecado pode ser de estimação?

Por mais que possa aparentar inofensivo esse termo é de origem demoníaca. Dizer que se tem um pecado de estimação é uma conformação com a situação, e assim como acontece com o bicho de estimação, ficamos ‘cuidando’ do pecado em nossa vida alimentando este cada vez mais, ‘o pecado de estimação’ é o pecado que não queremos largar, e se não queremos nos separar dele não teremos a graça de Deus, e isso nós não podemos permitir.

Lembremos que o pecado é uma ofensa a Deus, o catecismo nos ensina: “O pecado é uma falta contra a razão, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens” (§1849). Por ser um ultraje contra o Criador o cristão não pode ter afeição pelo mal. O pecado mortal leva o pecador a perder o “estado de graça”, isto é, a “graça santificante”. O Catecismo afirma que: Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso (§1861- 1864).
O Catecismo exorta que o pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da lei de Deus, desvia o homem de Deus, que é seu fim último e bem-aventurança, preferindo um bem inferior (CIC §1856). Tal estado não é a condição do ser humano, e assim não se pode criar raízes onde leva a morte e a destruição.
 Ao conformar-se com o ‘pecado de estimação’, o cristão esta permitindo-se ser o animal de estimação do demônio e este, como as ‘madames’, vestirá a ‘roupinha’ que ele quer, vai exibir, colocar uma coleira e arrastará os filhos de Deus para onde ele quer;é colocar a própria liberdade nas mãos de satanás e dizer: ‘faz da minha vida o que quiser’. Todas as vezes que justifico o pecado como sendo algo que é meu, que é de ‘estimação’ retiro todo o sacrifício de Cristo feito por mim,nós pertencemos a Deus e a Ele devemos servir.

Caríssimos, tenhamos a estima de sermos santos, voltados para a graça, não nos apeguemos ao que nos destrói, tão pouco devemos nos conformar com o que vem do Mal, pois tudo que vem dele é para aniquilar e afastar os homens de Deus. Por tanto, não use mais o termo ‘pecado de estimação’ uma vez que este tira a dignidade dos filhos de Deus.

Pe. Rafael Moura de Oliveira, SAC


Fontes:
BIBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2008.
BIBLIA DO PEREGRINO. São Paulo: Paulus, 2005.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Edição típica Vaticana.  São Paulo: Loyola, 2000.
FORTEA, José Antonio. Suma Demoniaca, tratado de demoniologia e manual de exorcistas. Tradução: Ana Paula Bertolini. São Paulo: Palavra e prece, 2010.
PAULO II, João. Teologia do corpo, o amor humano no plano divino.  Tradução: José Eduardo Câmara de Barros Carneiro. São Paulo: Eclesiae, 2014.



terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Consagração Perpétua Fr. José Luiz Alves, SAC

Consagração Perpétua Fr. José Luiz Alves, SAC

No último dia 08/12, na solenidade da Imaculada Conceição, celebrada na Paróquia de Santa Isabel, Rainha de Portugal, de Bento Ribeiro, o confrade e filho, Fr. José Luiz Alves, SAC professou solenemente suas promessas a Deus, por meio da Sociedade do Apostolado Católico, com sua consagração perpétua
 
A celebração foi presidida pelo Superior da região Mãe da Misericórdia, no Rio de Janeiro, Pe. Estevão Lewandowski SAC, nela estavam presentes também outros Padres, Irmãos e Irmã Palotinos da região, consagrados membros de ordens e congregações religiosas, membros da União do Apostolado Católico e grande número de fiéis de diversas paróquias. Também presentes os familiares e amigos de José Luiz.

Numa bela celebração, e sob o lema “Se eu quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1,10), nosso Coirmão se consagrou perpetuamente, entregando-se inteiramente a serviço do Reino de Deus, com o objetivo de seguir a Cristo em todos os seus passos, na União do Apostolado Católico, pela Sociedade do Apostolado Católico, com os votos de pobreza, castidade, obediência, perseverança, vida em comunhão de bens e espírito de
serviço pra a vida toda, sob a intercessão da Bem aventurada Virgem Maria, do Pai e Fundador São Vicente Pallotti e de todos os Santos.

O Neo-consagrado, ao final da celebração, agradeceu aos familiares, amigos, à comunidade, a todos os presentes e em primeiro lugar a Deus, pela Sua  Misericórdia Divina, com as palavras do Papa Francisco, que o permitiram chegar até ali “Para fazer [a todos] compreender o mistério do amor de Deus, quando vem ao encontro do pecador”. E com pensamentos de São Bernardo e do Fundador, São Vicente Pallotti, recordou-nos a buscar a bondade de Deus,
diante de nossas misérias, que se deixou chagar para apagar os nossos pecados e que com tal confiança, em sua misericórdia, não haverá mal que nos possa aterrorizar.

“Quem confia em Deus, não permanece confuso. Portanto se você está confuso, é sinal que não confia. Contemple Deus, e contemple a si mesmo, e nunca encontrará Deus sem misericórdia, nem a si mesmo sem miséria. Deus é sempre propício com a sua miséria, e a sua miséria é objeto da bondade e da misericórdia de Deus” (OOCC III, 126)

Que Maria, Rainha dos Apóstolos, nossa querida Mãe, ilumine e guarde nosso confrade, intercedendo a Deus as graças necessárias para sua perseverança e fidelidade. E que Deus, nosso Pai de infinita misericórdia, o leve em seus caminhos, com sua dedicação, zelo e amor, pela sua consagração, para a realização plena de sua obra e vontade em sua vida!

Renata Franco (cooperadora de UAC no Rio de Janeiro)


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A importância de agradecer a Deus

A importância de agradecer a Deus 


“Não deixes de ver e de agradecer a predileção do Rei que, na tua vida inteira, sela a tua carne e o teu espírito com o selo régio da Santa Cruz.” (Forja 773, São Josemaría de Balaguer) 

Em nossa caminhada de vida cristã, buscamos a desenvolver a intimidade com o Senhor e crescer nas virtudes dadas por Ele. Esse é o verdadeiro intuito do cristianismo. Deus quer ser reconhecido e amado pelo seu povo, assim, primeiro Ele nos busca, e nós retribuímos esse querer tentando viver conforme Suas instruções. Logo, o agradecimento é a resposta de um coração tomado pela grandeza de Deus, tomado pelo Seu amor, tomado por todas as grandes graças que Ele dispõe para o seu povo. Agradecer é reconhecer o agrado recebido. 

Porém nós percebemos a grandeza de Deus? São Josemaría Escrivá, fundador da Opus Dei, em seu conselho quer que nós aprendamos a importância do olhar da alma. Certamente não será possível agradecer sem antes perceber os magnos feitos de Deus em nosso meio, ou, mais importante ainda, reconhecer a magnanimidade que é intrínseca ao próprio Deus. Para refletir sobre a grandeza de Deus, refletiremos sobre a alma nas palavras de Santa Teresa de Jesus. “Como será o onde se compraz um Rei tão poderoso, tão sábio, tão puro, tão rico de todos os bens? Nada posso imaginar comparável à beleza de uma alma e sua imensa capacidade.” 

Percebamos que Deus não habitaria qualquer cantinho. Para tamanha dignidade, para tamanha majestade, para tamanha pureza, é necessário um lugar à altura do Rei. Apesar da alma ser incomparável em beleza e dignidade, ela não é maior que a infinitude do próprio Belo, que é incalculável. Sua beleza incalculável, Seu amor imensurável, só é vislumbrada por nós por meio da oração e tanto Deus quanto a oração são os primeiros motivos para agradecer. 

Ele se deixa encontrar e se deixa ser intimo de cada um de nós. Somos o que somos, alma e corpo marcados pelo pecado e finitos, entretanto Deus nos quer com toda a vontade que possui, com todo o querer que possui. Seu desejo por nós é infinito. Confesso que, enquanto escrevo este texto e medito sobre o Senhor, tenho vontade de exclamar a Ele toda a minha felicidade e agradecer simplesmente pelo que Ele é e por permitir me vê-Lo. Quisera eu amá-Lo à altura! 

Poderia continuar a escrever comunicando a todos a caridade e misericórdia da Igreja, que é a misericórdia de Deus, poderia escrever sobre os sacramentos, poderia escrever sobre os sacerdotes, poderia escrever os seus santos, poderia escrever sobre inúmeras coisas e pessoas que são sinais da bondade de Deus. Ela é infinita assim como Seus feitos. Se agradecer é reconhecer o agrado, se o agradecimento é a resposta que damos ao nosso Deus pela Sua bondade, ainda faltam motivos para crer na importância do agradecimento? Ainda faltam motivos para agradecer? 

Padre Jovane da Rosa Carmo (Diocese de Petrópolis)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Padre Pallotti e o Oitavário da Epifania



Padre Pallotti e o Oitavário da Epifania 

Nos Documentos da fundação, um livro de compilações de textos do próprio fundador, podem ser encontrados comentários e explicações preciosas acerca do Oitavário da Epifania de São Vicente Pallotti, feitos pelo Pe. Josef Zweifel, SAC. E é apoiado nestes comentários e de outros grandes autores palotinos que apresentamos este breve artigo. Este texto nada mais é que um recolhimento de informações acerca deste tema fundamental e tão querido a nosso fundador.

No Colégio da Propaganda Fide, onde foi diretor espiritual, Vicente Pallotti participou das celebrações relacionadas à festa litúrgica da Epifania. Ali se celebrava o Santo Sacrifício da Missa em todos os diversos ritos litúrgicos da Igreja Católica, dando ênfase aos ritos orientais, como o armenio, o caldeu, o sírio maronita, o grego entre outros.  Nos oito dias que se seguiam à Solenidade – a oitava da Epifania - acontecia a “festa das línguas”. Ou seja, os alunos “proferiam discursos e declamavam poemas em honra do Menino Deus, em suas respectivas línguas maternas”. Assim escreve acerca das origens do Oitavário da Epifania o Pe. Dorvalino Rubin: “São Francisco de Assis e São Vicente Pallotti, diante do mistério do Natal tiveram, cada qual a seu modo, viva impressão que depois quiseram ver sensivelmente expressa e celebrada. (...) São Vicente Pallotti, diante do presépio, vê representados os magos que, pagãos, chamados de longes terras por uma estrela misteriosa, crêem e vêm adorar o Deus que, no meio ao povo de Deus da Antiga Aliança, se fizera Menino. Ele vê aparecer aí representada, nas imagens e na liturgia toda da festa, o seu Apostolado Católico: a vocação de todos os que crêem para fazerem chegar a luz da fé aos que não crêem em Jesus Cristo. Veio-lhe a idéia de transformar a comum celebração litúrgica, durante oito dias em que durava a festa da Epifania em grandes celebrações populares e, desta forma, procurar fazer chegar a fé a todos os que não a tivessem. Era o Oitavário da Epifania, celebrado desde 1836.”

Logo que assumiu a reitoria da igreja do Espírito Santo dos Napolitanos, em 1835, Vicente Pallotti passou a preparar a celebração da Epifania em dimensões populares, buscando tocar a todo povo da Cidade Eterna, Roma. O cartaz elaborado por Pallotti convidava todos os fiéis de Roma para: “...um sagrado Oitavário... em favor da propagação da fé”(cf. OOCC VI, 118-120). Vicente Pallotti desejava, com esta celebração, oferecer ao povo romano um aprofundamento na fé católica, além de uma renovação da vida cristã dos fiéis. “A participação do povo de Roma superava, sempre, toda expectativa” - escreveu H. Schulte. O tradutor de nossa edição dosDocumentos da Fundação apresenta em uma nota o relato de Francisco Amoroso, grande estudioso de Pallotti, acerca da presença do papa Pio IX em um dos Oitavários: “... ao ouvir que tinham sido distribuídas 5.000 comunhões, [o papa] fez um gesto de admiração. Mas Dom [padre] Vicente, pensativo, não estava satisfeito e o papa observou: -‘Bem que eu dizia que Dom [padre] Vicente teria resmungado!’”


Quanto à disposição do espaço sagrado, sempre era montado um grande presépio com os três santos magos em adoração. Dizia São Vicente que na igreja, deveriam ser expostas“imagens - quadros ou estátuas – do mistério da Santa Epifania. A ornamentação deverá ser séria, digna, simples e solene, com lampadários e velas em abundância”. Recordando assim a centralidade do mistério da Epifania, ou seja, da manifestação de Cristo ao mundo, como Luz que vem iluminá-lo! Deste modo a mensagem cristã se manifestava singularmente universal, superando os limites do povo de Israel e atingindo com sua salvação a todos os povos pagãos. G. Ranochini afirma que “a Epifania efetivamente, é a manifestação de Jesus aos gentios, é a festa dos povos que entraram no Rebanho, é o chamado luminoso da estrela que convoca todas as almas a se prostrarem diante de Jesus para adorá-Lo”.

Por isso Vicente Pallotti desejava que essa celebração fosse realizada também fora de Roma "... em cada cidade, em cada país, em cada lugar, com o objetivo de corresponder aos anelos da Igreja e de estimular a fé e o zelo do povo cristão" (OOCC I, 349). Padre Stanislaw Stawicki expressa de maneira clara a ligação entre esta grande celebração e toda a obra de nosso fundador: “Pallotti unia estreitamente a celebração [do Oitavário da Epifania] e a fundação [que é a União do Apostolado Católico] não somente porque ela exprimia com clareza e exatidão o pensamento e o carisma desta, mas também porque o Oitavário tinha uma finalidade eminentemente apostólica e missionária. Querendo que a pia união fosse, na Igreja, como um clarim Evangélico, via o Oitavário da Epifania também da mesma maneira. Eis porque Vicente fez a festa das línguas sair do Colégio Urbano e a transformou numa grande celebração da fraternidade católica de Roma”.

Padre Stawicki continua a sua analise precisa e profunda: “De fato, o mundo eclesial de sua época estava dividido entre ‘católicos liberais’ e os ‘intransigentes’ (os conservadores e tradicionalistas), entre os de clero regular e de clero secular, entre leigos e clérigos, entre pastores e ovelhas, entre os ritos do Oriente e do Ocidente. Vicente Pallotti convidou a superar essas divisões, rivalidades e invejas”.

É bem sabido que o nosso atual tecido eclesial e social não se manifesta de forma tão diversa daquele antigo, da época de Pallotti. Cada vez mais vemos acentuar-se certa polarização dentro e fora da Igreja. Contudo permanece válida a máxima que um dia ouvi de um de meus formadores: “nenhum extremo é de Deus”! Por isso devemos ter cuidado com as ‘pontas’, com os extremismos que nada têm a que ver com o verdadeiro radicalismo evangélico. Quando não buscamos a justa medida das coisas, o equilíbrio reto e sadio na vivência do cristianismo, corremos o risco de caminhar na direção e à beira de um ‘abismo’. Ali não se ouve senão o eco de nossas próprias ideias; ali já não é possível ouvir o a voz do outro, o clamor do irmão e o apelo salvífico da Palavra de Deus. O mandamento primordial da caridade fica sufocado! Quando nos fechamos em nossas concepções pouco evangélicas de ‘liberalismo’ e ‘conservadorismo’ religioso, torna-se impossível ver o rosto de nossos irmãos, tampouco se pode ver o rosto de Deus que se manifesta de formas diferentes e na própria diversidade. E daí, passamos a ter diante dos olhos somente os nossos altos “ideais”, e perdemos de vista que o cristianismo brota do encontro com uma Pessoa, Jesus Cristo (Bento XVI). A Palavra viva e encarnada deve se torna o nosso critério de convivência e encontro.

 Mais do que nunca o carisma palotino se apresenta atual. De fato, o palotino deve ser um sinal de unidade na Igreja, deve ser um “fazedor” de pontes, ligando extremos que já não podiam, de outra maneira, tocarem-se. Promover a cooperação no seio da Igreja e entre todos homens não é uma opção para nós, palotinos, mas é uma obrigação! E tudo isso se manifesta na intuição profética de São Vicente Pallotti que teve sua expressão litúrgica no Solene Oitávario da Epifania. São Vicente queria, com estas celebrações, anunciar a “Unidade na Caridade”, apontado a Igreja como este novo povo Deus que vive do Corpo e da Palavra de Cristo, de modo que “o próprio povo chega a transformar-se em Corpo de Cristo” (J. Ratzinger). A unidade deste verdadeiro Corpo do Senhor, a Igreja, se manisfesta “na unidade do único pão que partimos” (idem).

São Vicente Pallotti conseguiu perceber, na rica diversidade da Igreja, manifestada nos diversos carismas e fundações, nos vários ritos e línguas nela presente, um traço de unidade: permanece sempre presente a “força geradora de unidade do corpo de Cristo”. E pelo próprio “sacramento do pão eucarístico, ao mesmo tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo" (ECCLESIA DE EUCHARISTIA - São João Paulo II).

Fr. José Luiz Alves da Silva Jr. SAC


Obs.: Caso você também seja Leitor da Revista Rainha dos Apóstolos, possivelmente já tenha tido contato com este artigo. Contudo lá a autoria foi credita a outro autor - por um pequeno descuido dentro desta grande quantidade de detalhes. Obs¹.: As fotos são site geral da Sociedade do Apostolado Católico (sac.info)

Consagração Perpétua | José Luiz Alves da Silva Jr.,SAC



A Sociedade do Apostolado Católico e 
a família Alves da Silva têm a alegria de convidar V. Sª. e Ilmª. família
para participarem da Celebração Eucarística na qual, 
o confrade e filho
Fr. José Luiz Alves da Silva Jr., SAC, 
professará solenemente suas Promessas a Deus, 
por meio desta mesma sociedade.


“Se eu ainda pretendesse agradar aos homens, 
não seria servo de Cristo”
Gálatas 1, 10  


A celebração realizar-se-á dia
08 de dezembro do ano do Senhor de 2018,
Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria 
na Igreja de Santa Isabel, Rainha de Portugal, às 10h.
Rua Leopoldina Seabra, 17 - Bento Ribeiro 
Rio de Janeiro - RJ

Sua presença e oração será motivo de ação de graças.