quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Nosso pecado de estimação


Nosso pecado de estimação


Com muita frequência ouvimos essa expressão da boca de muitos cristãos: ‘Meu pecado de estimação’, e refere-se a aqueles pecados que por deveras tornam-se constantes na vida do fiel. Um termo que chega a ser engraçado, pois sempre que o ouço imagino aqueles animais de estimação que essas ‘madames’ criam e que os tratam como verdadeiros ‘filhos’: colocam roupinhas, sapatos, carregam no colo, levam para dar banho e tosar uma vez por mês, e gastam ‘rios’ de dinheiros para o bem-estar de seus ‘filhos de estimação’. Mas será que nosso pecado pode ser de estimação?

Por mais que possa aparentar inofensivo esse termo é de origem demoníaca. Dizer que se tem um pecado de estimação é uma conformação com a situação, e assim como acontece com o bicho de estimação, ficamos ‘cuidando’ do pecado em nossa vida alimentando este cada vez mais, ‘o pecado de estimação’ é o pecado que não queremos largar, e se não queremos nos separar dele não teremos a graça de Deus, e isso nós não podemos permitir.

Lembremos que o pecado é uma ofensa a Deus, o catecismo nos ensina: “O pecado é uma falta contra a razão, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens” (§1849). Por ser um ultraje contra o Criador o cristão não pode ter afeição pelo mal. O pecado mortal leva o pecador a perder o “estado de graça”, isto é, a “graça santificante”. O Catecismo afirma que: Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso (§1861- 1864).
O Catecismo exorta que o pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da lei de Deus, desvia o homem de Deus, que é seu fim último e bem-aventurança, preferindo um bem inferior (CIC §1856). Tal estado não é a condição do ser humano, e assim não se pode criar raízes onde leva a morte e a destruição.
 Ao conformar-se com o ‘pecado de estimação’, o cristão esta permitindo-se ser o animal de estimação do demônio e este, como as ‘madames’, vestirá a ‘roupinha’ que ele quer, vai exibir, colocar uma coleira e arrastará os filhos de Deus para onde ele quer;é colocar a própria liberdade nas mãos de satanás e dizer: ‘faz da minha vida o que quiser’. Todas as vezes que justifico o pecado como sendo algo que é meu, que é de ‘estimação’ retiro todo o sacrifício de Cristo feito por mim,nós pertencemos a Deus e a Ele devemos servir.

Caríssimos, tenhamos a estima de sermos santos, voltados para a graça, não nos apeguemos ao que nos destrói, tão pouco devemos nos conformar com o que vem do Mal, pois tudo que vem dele é para aniquilar e afastar os homens de Deus. Por tanto, não use mais o termo ‘pecado de estimação’ uma vez que este tira a dignidade dos filhos de Deus.

Pe. Rafael Moura de Oliveira, SAC


Fontes:
BIBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2008.
BIBLIA DO PEREGRINO. São Paulo: Paulus, 2005.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Edição típica Vaticana.  São Paulo: Loyola, 2000.
FORTEA, José Antonio. Suma Demoniaca, tratado de demoniologia e manual de exorcistas. Tradução: Ana Paula Bertolini. São Paulo: Palavra e prece, 2010.
PAULO II, João. Teologia do corpo, o amor humano no plano divino.  Tradução: José Eduardo Câmara de Barros Carneiro. São Paulo: Eclesiae, 2014.



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