sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Como Deus me vê e como eu vejo os outros?




Poucas vezes ou quase nunca paramos para nos questionar “Como Deus nos vê?” e “Como vemos o Cristo?”, por isso o próprio Cristo questiona os seus apóstolos “Quem dizem os homens ser o filho do homem?”, para saber como os outros o viam, porém logo após questiona aqueles que caminhavam com ele,” e vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16,13-20).
Essa pergunta o Cristo faz a nós, todos os dias, e espera uma resposta, “Como você vê o Cristo?” “Quem ele é na sua vida e na sua história?”. Para responder esses questionamentos, precisamos mergulhar no mistério da pessoa de Cristo e fazer a experiência de conhecimento. 

Muitas vezes passamos a vida inteira vivendo de uma fé superficial que, de certo modo, alimenta nosso ego de que estamos cumprindo aquilo que a igreja manda, indo à missa todos os dias, confessando, comungando, participando da pastoral...mas, no fundo, só estamos alimentando o externo para que possamos manter nossa imagem positiva diante da sociedade.Quando somos interpelados por essa pergunta, ficamos paralisados, pois nunca paramos para refletir sobre isso, portanto posso ousar a dizer que quanto mais se conhece a Cristo, mais se ama. 

Digo conhecer de verdade, com profundidade e para que isso aconteça é necessário estar junto, caminhar junto, dividir momentos, é necessário como diz no evangelho “vender tudo para comprar o campo onde se encontra o tesouro”, tesouro esse que é o reino de Deus, lugar onde Deus habita e onde preciso possuir para ficar bem próximo dele. Após essa experiência de conhecimento, de mergulhar no mistério de amor, somos capazes de responder ao questionamento de Cristo e também entender como ele nos vê. Descobrimos o seu olhar de amor por nós e que nos vê como filhos amados, que espera sempre o melhor de nós, mesmo sabendo de nossas fraquezas e pecados e que, mesmo pecando, ele não desiste de continuar acreditando que podemos mudar de vida.

O grande problema é que quase nunca fazemos essa experiência de deixar-se contagiar por esse carinho do pai, nosso olhar está sempre focado na lama nossa e pior ainda, na lama dos outros. Esquecemos que somos imagem e semelhança do criador e que deveríamos ter o mesmo olhar dele para conosco e com os outros também.Nosso olhar, muitas vezes, só vê o mal e acaba nos levando a doenças e abismos de pecado, murmuração em vez  da oração, por ele deixamos que entre em nós situações que nos afastam de Deus e cada vez mais vamos perdendo esse conceito de quem é o Cristo, vamos nos tornando cegos que enxergam, ou seja, cego para o céu e enxergando somente a lama. 

Convido-te, pois, a fazer a experiência da oração do olhar, em manter os olhos fixos no céu, na Cruz e deixar-se contagiar pela presença real, você verá que o seu modo de enxergar a si mesmo e aos outros mudará. O julgamento dará lugar à misericórdia; o ódio, ao amor; a tristeza, à felicidade e a aflição, à paz. 

Noviço Hugo Magno

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