segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O APOSTOLADO DOS LEIGOS | “Todos ficaram repletos do Espírito Santo”

O APOSTOLADO DOS LEIGOS

Nov. Marco Antonio Gomes

“Todos ficaram repletos do Espírito Santo” (At 2, 4)
           
     Ao ler esta passagem logo remetemos a imagem do Cenáculo. Exatamente este aspecto que quero ressaltar nesta meditação. Ao visualizar o quadro que São Vicente Pallotti pediu para ser pintados, observa-se alguns detalhes peculiares próprios da espiritualidade Palotina, muitas das vezes passadas despercebidas. Este é o primeiro ponto a ser destacado.
                Sintaticamente, analisa-se que o núcleo do sujeito desta oração consiste em “todos”. Considera-se este núcleo como um pronome indefinido, significa: completo; íntegro; que não deixa nada de fora; a que não falta parte alguma, qualquer; como subst. masculino: conjunto; totalidade; massa; generalidade; a humanidade. Pelo próprio significado da palavra, alcançamos o objetivo da espiritualidade Palotina. Será exatamente neste núcleo que nos deteremos para reflexão. Ressaltar a presença dos “demais” neste Cenáculo de Jerusalém e seus frutos hoje. 
Se nos transportarmos para o momento de Pentecostes, veremos que este local está fechado, pois estávamos todos com medo. Maria Santíssima está ao centro, serena, em um espírito próprio oracional. Há também, alguns apóstolos ao seu lado, Pedro e João, os mais próximos, buscando também essa sintonia espiritual. Porém, se ampliarmos a nossa ótica, observa-se que havia muitas outras pessoas, tantas delas naquele local, algumas ainda buscando essa harmonia de oração, mas também, tantas outras dispersas, despreocupadas.... Quando acontece o prometido e inesperado, a vinda do Paráclito. Como línguas de fogo descem e nos tocam. “Todos ficaram repletos do Espírito Santo”.
                Vale rever, “nos tocam”. Todos, sem exceção, grandes e pequenos, foram tocados pelo Espírito Santo. Maria, os apóstolos e os demais. E quem são esses demais? São os discípulos, seguidores, admiradores, leigos, cooperadores de Jesus.
                Mantendo este contexto, gostaria de colocar o foco em duas figuras que São Vicente Pallotti fez questão de inserir em tal quadro, as duas leigas, representando todos os leigos, toda a humanidade.
“Pallotti recebeu a imagem de um Cenáculo pintada por um artista alemão. Ele tomou essa imagem, mas mandou colocar duas mulheres dentro dele... Pallotti quis ir à fonte bíblica do Cenáculo, no qual Maria está com os Apóstolos, mas também com outras mulheres e irmãos. O texto diz que estavam reunidas umas 120 pessoas (At 1, 14-15)... Portanto, não é a Rainha dos doze, da Igreja hierárquica, mas a Rainha de TODOS os homens e mulheres, de TODA a Igreja, de TODA a comunidade cristã. A imagem da Rainha dos Apóstolos de Pallotti nos transmite um conceito de igreja... A imagem da Rainha dos Apóstolos, de Pallotti, não é algo acessório ou secundário. O que ele queria dar entender, o que ele mesmo queria era uma visão de Igreja da qual NÓS fazemos parte. ” 
A ousadia do santo não se limitou nesta retratação, mas nos inseriu neste mesmo contexto quando também diz: “Cada um que coopera na difusão da fé em seu estado, de acordo com as suas forças, confiante na graça divina, de acordo com as suas possibilidades, merece o nome de ‘apóstolo’. Tudo quanto fizer para este fim é seu apostolado. ”
Isto é, tal acontecimento não permaneceu estático no tempo e no espaço. “Podemos imaginar a alegria luminosa e simples, a fraternidade jovial, a serenidade serviçal e o fervor da oração dessa assembleia que tem Maria como centro catalisador. Esse é o clima que queremos também formar e sentir nestes dias. E não só nestes dias, mas sempre e em todas as nossas comunidades e casas. ”
·         O Espírito Santo nos faz crescer no conhecimento do mistério de Cristo;
·         Faz experimentar Deus e nossa filiação divina;
·         Dá-nos a paz, alegria e felicidade;
·         Ele é o formador da comunidade;
·         Dá-nos coragem, a força e a alegria para testemunhar o fato de ser cristão católico;
·         Proporciona a verdadeira liberdade;
·         O Espírito Santo faz da prática da religião uma coisa gostosa, leve e libertadora;
·         O Espírito nos conduz com segurança a Deus. 
Precisamos perceber o Espírito Santo também que se renova em nós. Devemos REconhecer, pois Ele nos alcançou no batismo, e clamar Sua vinda em nossas atividades. Deste modo, a cada manhã, ao acordarmos, podemos nos perguntar: Espírito Santo, o que faremos JUNTOS hoje? Tudo o que fazemos e somos é movido por Ele.
Bibliografia
BÍBLIA, Sagrada de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2012. 

BURIN, Pe. Aguinelo, SAC. Cenáculo. In: Horizontes Palotinos, volume 2. Santa Maria: Biblos, 2009.

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