quarta-feira, 24 de julho de 2019

“Começar é de todos; perseverar, de santos”

“Começar é de todos; perseverar, de santos”
Todos gostam de planejar, sonhar e começar, porém poucos perseveram, e aqueles que perseveram até o fim nos seus projetos, sonhos, propósitos e escolhas, são verdadeiros santos. Este pensamento de São José Maria Escrivá (1902-1975)é muito atual, pois ser persistente e perseverante até o fim, no mundo do provisório, do light e do descartável, é uma atitude heroica. Observando as nossas famílias vemos que os nossos jovens, gerações da cultura do provisório, têm pouco interesse pelas uniões estáveis, parece que têm medo de assumir um compromisso que vai exigir deles a fidelidade e perseverança até o fim. Esse é um dos motivos de tão poucos casamentos nas nossas igrejas. Olhamos com admiração um casal jovem que, diante do altar, jura amor, fidelidade e perseverança até a morte os separar. Um outro motivo de tão poucos casamentos na igreja é, provavelmente, o fato de que os jovens entendem a grandeza do sacramento da família, sabem que com as coisas de Deus não se deve brincar, por isso não querem desrespeitar o sacramento e optam somente pela união civil. O medo diante do estável, permanente, sólido e duradouro é presente também no trabalho, no estudo, no relacionamento entre as pessoas, na vida religiosa...

        A história conhece muitos exemplos de homens e mulheres que, com a sua persistência, fizeram verdadeiros “milagres” de arte, de tecnologia, de ciência, de fé. Um deles é Thomas Edison, morto em 1931. Graças a sua perseverança e persistência, requereu a patente de suas 1093 invenções, entre as quais o fonógrafo (gravador de voz)) e a lâmpada elétrica. Acreditava no sucesso do trabalho e da perseverança,dizia que o gênio é 1% de inspiração e 99% de transpiração. “Concluir alguma coisa nos dá a única satisfação verdadeira na vida”, explicava aos seus filhos. A lâmpada incandescente foi inventada no dia 21 de outubro de 1879, depois de 6 mil experiências. A persistência de Thomas Edison nos lembra muito os personagens centrais das parábolas O Amigo importuno (Lc 11,5-13) e O Juiz iníquo (Lc 18, 1-8), contadas por Jesus com o propósito de estimular a perseverança.

     Acredito que o meu leitor, olhando para a sua família, seus filhos, amigos ou comunidade, também encontrará um exemplo de “milagre” de perseverança, de fidelidade e de persistência. Pode ser o seu filho que, com a luta diária, conseguiu se formar, juntar o seu dinheiro. Pode ser os seus pais que, perseverando na alegria e na tristeza, conseguiram construir uma bela família e hoje festejam 50 ou até 70 anos de vida matrimonial. Pode ser Dona Maria ou Seu José que, perseverando na oração, receberam a graça do Senhor.
      Nosso Senhor Jesus Cristo nos exorta à perseverança, dizendo: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10,22).
São Bernardo de Claravál, no século XII, ensinava: “Não é ao que começa que se oferece o prêmio, mas sim, unicamente, ao que persevera”. E São José Maria Escrivá, que citamos no início do texto, acrescenta: “Que a tua perseverança não seja consequência cega do primeiro impulso, fruto da inércia; que seja uma perseverança refletida”.
Pe. Paulo Kowalczyk,sac

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