sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Memória Prática Cotidiana | Pe. Elmar Neri Rubira, SAC

Vicente Pallotti nos ensina que se temos confiança em Jesus Cristo e se nos esforçamos a imitá-lo, obteremos que Ele mesmo destrua em nós as deformidades e as faltas, porque, entrando em nossa alma, Ele opera e assim continua em nós Sua vida. Jesus Cristo viverá nessa alma e aplicará nesta, o mérito das suas obras santíssimas, segundo as palavras de Jesus reportadas no Evangelho de João: “Quem crê em Mim fará as obras que eu faço e fará ainda obras maiores”.

São Vicente tem consciência de que são poucas as pessoas que imitam Jesus Cristo, porque não pensam ou não se rendem conta de fazer. As pessoas que pensam e que se dispõem a imitar Jesus Cristo crescem no amor a Jesus e, quando cresce o amor, cresce a confiança na graça necessária para imitá-lo e cresce o reconhecimento da própria indignidade em possuir tal graça. Como consequência desta abertura, a pessoa de dispõe a receber a graça que é sempre mais copiosa. Pallotti recomenda de ter sempre em mãos um livreto contendo as práticas de imitação de Jesus Cristo, para ler, nos diversos momentos oportunos e explica em detalhe esta prática. 

• memória: se faz memória, se recorda (o verbo recordar quer dizer, passar novamente através do coração), obrigação que todos, como cristãos têm, em imitar Jesus Cristo;
• prática: é necessário imitar Jesus Cristo de fato, no pensar, no falar, nas obras e no que diz respeito aos afetos do coração;
• quotidiana: não é uma obrigação de um dia, nem de um mês ou de um ano, mas uma obrigação que deve durar até a morte.

Esta obrigação de imitar Jesus Cristo é comum a todos os cristãos, porém os membros da UAC a receberam como dom e como regra fundamental da própria vida; assim sendo, somos convocados a imitá-lo de maneira toda especial. 
“Portanto, nas várias circunstâncias do dia, antes de iniciar qualquer trabalho devemos considerar quais seriam naquele caso os pensamentos da mente de N.S.J.C., quais os afetos do seu Coração divino: assim no falar, devemos considerar quais palavras de humildade, de mansidão, de caridade, de paciência, de prudência, diria N.S.J.C., e reflitamos quando seria medido as suas palavras santíssimas nem muito e nem pouco... em uma palavra: em tudo devemos imaginar em ver N.S.J.C., e reavivando a fé devemos recordar o Homem-Deus que se fez nosso exemplar, e modelo, e regra prática de toda a nossa vida interna e externa... (OO CC III, 36-37).


Pallotti se dirige a todas as pessoas que buscam o crescimento pessoal na santidade e a maior glória de Deus a aproveitarem o dom da cooperação para promover a salvação do próximo. “Os que aproveitam esse dom especialmente para a vantagem das almas desprovidas dos meios para conhecer Deus, Jesus Cristo e a sua Religião são os mais perfeitos imitadores de Jesus Cristo, que veio a esta terra para cumprir a obra da Redenção das Almas pela glória do Pai celeste” (OO CC XI, 256).

São Vicente nos apresenta os efeitos da “memória prática quotidiana”:
• Se, temos confiança em Jesus Cristo e se nos esforçamos a imitá-lo, obteremos que Ele mesmo destrua em nós as deformidades e as faltas, porque, entrando em nossa alma, Ele opera e assim continua em nós Sua vida;
Jesus Cristo fará em nós tudo. “Não sou eu que vivo, mas Cristo vivo em mim” (Gal 2,20).
• A vida de Jesus Cristo seja a minha vida.... a crucifixão de Jesus Cristo seja a minha... a obediência de Jesus Cristo seja a minha... a fortaleza de Jesus Cristo seja minha” (OOCC X, 161-162).
As obras de Jesus Cristo são as minhas obras... a pregação realizada por Jesus Cristo aos pobres seja minha... a grandeza da potencia do Sacrifício de Jesus Cristo seja minha!” (OOCC X, 492-495).
• Jesus Cristo seja meu; as suas virtudes, obras e méritos infinitos sejam meus – e a terra será pequena para conter os livros necessários para narrá-las – serão todas as coisas minhas (OOCC XIII, 121).
• Vivo eu, mas não eu, Cristo vive em mim (OOCC X, 256).
A regra fundamental de nossa Mínima Congregação é a Vida de N.S.J.C. para imitá-lo com humildade e confiança com todas as possíveis perfeições em todas as Obras da Vida escondida, e de publico ministério Evangélico para a maior glória de Deus Pai celeste, e para a maior santificação de nossa alma, e de nosso próximo (OOCC III, 40).


Pallotti nos convida a recordar... “a misericórdia infinita, e amor infinito de Jesus Cristo que, para continuar a sua vida santíssima em nós, se dignou permanecer entre nós no Santíssimo Sacramento da Eucaristia nos entrega a si mesmo como comida e nutrimento de nossa alma”.

Texto de Pe. Elmar Neri Rubira, SAC 
Diretor do Período Introdutório Sul-Americano (Noviciado) 

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